Todos concordam que os jogos, independente da plataforma, possuem alcance global, correto? Para atender a pessoas do mundo inteiro, os estúdios devem recorrer aos profissionais de localização em jogos.
Mas, o que é a localização em jogos?
Localização em jogos vai além da tradução
Conforme o título diz, o profissional de localização em games faz um trabalho além de uma tradução para o idioma necessário.
O jogo, no processo de localização, precisa ter seu conteúdo adaptado nos quesitos texto, áudio, elementos visuais, entre outros, para os diversos mercados-alvos. Isso porque temos culturas diferentes ao redor do mundo. Portanto, uma tradução ao pé da letra ou uma simples dinâmica de leitura podem fazer sentido para um povo, mas não para o outro.
Entra também em localização questões legais, como gestos e símbolos, que podem ter uma conotação positiva em uma cultura, mas em outra pode ser o contrário.
Para oferecer a mesma experiência, independente da cultura de cada jogador, o trabalho de localização em games também envolve a questão da dublagem.
Os dubladores nativos de determinado idioma/país são responsáveis por trazer e preservar a experiência original que os criadores do jogo querem transmitir, adaptando entonações, vocabulário e demais expressões linguísticas.
Visualmente, a localização também entra para trabalhar. A disposição de textos, elementos visuais da HUD e até mesmo tutoriais, podem ser adaptados de acordo com a dinâmica de leitura e linguística naturais de cada país.
Exemplos em português
Um bom exemplo de como a localização trabalha para que todos tenham uma experiência imersiva e positiva com o jogo, é Cuphead, do Studio MDHR.
Começando pelo nome dos dois protagonistas, que foi traduzido para Xicrinho e Caneco, trazendo duas palavras quase que únicas do cotidiano do brasileiro.
Mas a tradução genial não se limita somente aos dois personagens. O nome das fases dos chefes também ganharam nomes que só fazem sentido na cultura brasileira, como Geni é o Zepellin, em alusão à música Geni e o zepelim, do cantor e compositor Chico Buarque (inclusive, a vilã da fase se chama Geni Buarque); em Circo Caótico, o chefe se chama Zobo, o palhaço, referência clara ao clássico Bozo; em Boate da Bolacha, usamos o termo “bolacha” para nos referirmos a agressão física e não só para o alimento; e por assim vai.
No nosso jogo Keys & Kastles, os profissionais da Dubrasil foram os responsáveis pelo trabalho de localização. Confiram o canal deles no YouTube e sobre o próximo reality show “Quero ser dublador”.