Quando falamos em crimes, pensamos logo em algo que vá ferir fisicamente algo ou alguém. No entanto, há uma outra categoria que muitos pais e filhos ainda não têm tanta consciência para dar a devida importância: o cyberbullying.
Cyberbullying é uma forma de crime cometida através de ambientes virtuais, com o intuito de assediar e constranger um indivíduo perante milhares de pessoas.
Dentro do Código Penal Brasileiro, o bullying e o cyberbullying estão inclusos na Lei 14.811/2024. A definição de cyberbullying em nosso Código descreve como “intimidar sistemática, individual ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais”. A pena para esse tipo de delito é de 2 a 4 anos de prisão e multa, dependendo da gravidade.
O CEO da Gamescola, André Leandro, participa ativamente na conscientização e prevenção ao cyberbulling, realizando palestras em escolas públicas em Curitiba e região metropolitana, com o objetivo de incentivar crianças e adolescentes a cultivarem um ambiente virtual mais saudável, respeitando as diferenças e sendo acolhedor com todos.
Práticas comuns de cyberbullying
Algumas atitudes perante outros indivíduos deve ser considerada cyberbullying, tais como:
- discurso de ódio contra uma pessoa (racismo, intolerância religiosa, humilhações, xingamentos, perseguição);
- exposição, tais como vazamento de fotos íntimas e/ou constrangedoras, textos e mensagens de cunho sexual;
- disseminação de fake news (notícias falsas), incitando o linchamento virtual
Sinais que as vítimas nos dão
Nem toda criança ou adolescente irá contar por vontade própria o que está acontecendo. Por isso, é preciso que os pais, responsáveis, professores e outras pessoas que convivem com elas, fiquem atentas aos sinais. Alguns deles:
- baixo desempenho escolar de forma repentina;
- isolamento social;
- irritação/raiva sem motivo aparente;
- tristeza e reclusão mesmo dentro de casa;
- falta de interesse em fazer atividades que antes eram prazerosas
Ao menor de qualquer um desses sinais, é preciso tomar as atitudes necessárias para que a pessoa se recupere psicologicamente e volte a ter convívio social.
Conheço alguém que está sofrendo com cyberbullying. O que faço?
Se você está sofrendo ou conhece alguém que esteja passando por situação de cyberbullying, o ideal é que converse com alguém de sua confiança e exponha o que está acontecendo. O próximo passo, é levar o problema até a diretoria da escola ou em alguns casos, ir a uma delegacia de crimes virtuais da sua cidade e registrar um boletim de ocorrência.
No mais, oferecer apoio para a pessoa, estimulando que outras condenem esse tipo de barbárie virtual.
Como os pais podem ajudar?
A prevenção ao cyberbulling começa em casa. Para isso, os pais devem participar e estar atentos ao comportamento dos filhos, seja para evitar que cometam e sofram esse tipo de linchamento.
Monitorar regularmente celulares, restringir plataformas e sites que não estão de acordo com a faixa etária, aconselhar sobre a exposição da vida pessoal em redes sociais e fóruns, além de educar para que entendam que todas as pessoas são diferentes, a pluralidade cultural é maravilhosa e essas diferenças devem ser respeitadas, e não motivo de piada para outrem. Além disso, ter ensinar corretamente a aplicação do termo “empatia” nas práticas do dia a dia e no convívio com a sociedade.